terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Orkut: o gigante adormecido

Rede social.
Apresentado ao mundo em janeiro de 2004, antes mesmo do lançamento do Facebook, o Orkut, desenvolvido internamente durante os 20% de tempo livre de Orkut Büyükkökten, pretendia ser um dos tentáculos da empresa do Google no ambiente das redes sociais. Liberado através de convites, a rede social do Google prendia o internauta através de sua exclusividade, oferecendo acesso fácil às informações dos amigos e familiares, além de oferecer uma interface intuitiva e recursos sociais, como recados, fotos, comunidades, fãs e estrelas de avaliação.

Embora não tenha tido um início explosivo, as datas de criação mostram que o Facebook teria se baseado no Orkut para definir sua estratégia quanto a liberação de convites. Desta forma, mesmo que não confirmado, é possível imaginar que Mark Zuckerberg tenha conhecido o produto antes de lançar sua própria rede.

Seu crescimento, porém, não conseguiu superar as tendências do mercado, principalmente dentro dos Estados Unidos. No Brasil, por outro lado, a empolgação dos usuários empurrava a demografia da rede social para longe de sua origem, tornando o serviço praticamente nacional.

Em uma entrevista em 2009, Marissa Mayer, na época vice-presidente de Pesquisa de Produtos e Desempenho dos Usuários no Google, tentou oferecer uma explicação alternativa e diferente para o acontecimento ao afirmar que o fuso-horário teria sido o fator responsável.

“Os brasileiros e indianos acessavam a internet massivamente em um horário diferente ao dos países mais desenvolvidos, o que fez com que o Orkut oferecesse uma experiência mais satisfatória aos usuários de países onde o tráfego é concentrado em outros períodos”, explicou Luciana Couto, editora do Google Discovery.

Outras explicações também vieram preenchidas de muitas informações desencontradas, como a rede social da Yakult (empresa que fabrica leite fermentado e muito popular no Brasil) e, em outros casos mais extremos, a suposta compra do Google pelo Orkut, o que teria sido praticado para melhorar a busca interna, e responsável pela integração da Google Account.

Com o crescimento dos concorrentes, tanto em usuários, quanto de funcionalidades, o Orkut demonstrou não conseguir superar de imediato as novas realidades do mercado, e tem mostrado, em alguns casos, um delay que colabora negativamente para uma migração da sua base de usuários para outros serviços.

Entretanto, não é possível deixar de destacar a grande evolução promovida pelos círculos sociais, uma forma de agrupar os membros e tentar levar, à web, um formato mais próximo das amizades que temos em nosso dia a dia. Não é à toa que o recurso acabou também sendo assumido pelo Facebook poucos meses depois.

Gráfico da liderança das redes sociais
Desde 2008, quando o Facebook assumiu a liderança das redes sociais, muito se discute sobre o futuro social no Brasil. Estaria o Orkut em declínio? O Google Brasil, em diversas oportunidades, negou que uma tendência de queda esteja ocorrendo por aqui. Hoje, o Orkut continua a se expandir, sendo alimentado principalmente com o crescimento natural da internet brasileira.

Mesmo com a chegada do Facebook e Twitter, a rede social que promoveu a maior inclusão digital, ainda desfruta de uma liderança sem comparações. Seu impacto chega a 82% da população online, e a tendência de crescimento é favorável. O Orkut se mantém, há vários anos, como o maior site do Brasil.

Alguns números recentes e exclusivos do Orkut:

200 milhões de fotos enviadas por semana.
6,6 bilhões de fotos vistas por semana.
100 milhões de novas amizades feitas.
550 milhões de recados deixados por semana.
16 milhões de perfis utilizam algum tema.
85 milhões de usuários ativos.
Lucrativo desde novembro de 2009.


Para não deixar toda esta conquista se perder em vão, o Google Brasil anunciou diversas iniciativas que tentam recuperar e renovar a marca da rede social, trazendo o Orkut para mais próximo das empresas, um fator que vinha sendo perdido para o Facebook.

Entre os anúncios recentes, a empresa demonstrou que pretende renovar as comunidades, dando um toque mais interativo, e possibilitar que empresas possam personalizar o layout e endereço, de modo que o público seja impactado de forma mais efetiva. As primeiras empresas a testar as novidades foram a Warner e a Nike.

Entretanto, o Orkut necessita de mudanças mais drásticas, como a reconquista de seus próprios usuários. Uma verdadeira reforma na arquitetura social diminuiria rapidamente as diferenças junto às redes mais populares, tornando o Orkut um player mais competitivo.

Para chegar neste patamar, é preciso, por exemplo, que o Google invista principalmente em melhores APIs, tornando a plataforma mais aberta, e, claro, o desenvolvimento de uma aprimorada interface móvel, incluindo aplicativos para Android e iOS que ofereçam recursos realmente facilitadores (atualmente a App do Orkut é somente um atalho, e a visualização das informações é limitada ao perfil).

Acredito na recuperação do Orkut, e desejo vida longa à rede social. Diferente das demais redes, o Orkut é controlado e atualizado no Brasil, praticamente uma rede social feita por brasileiros para os brasileiros. Tem algo melhor que isto?

Fonte: Google - TechTudo

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