sábado, 7 de abril de 2007

A heroína de Pindamonhangaba

Mulher Maravilha.
Isaber sentia que, agora sim, estava morando no lugar ideal, num bairro de uma cidade mediana, um local calmo, uma vez ou outra acontecia algum delito leve: furto de bicicleta, cachorro e às vezes se ouvia falar de ladrões entraram na casa de alguém, mas nada comparado com a violência das cidades grandes.

Outra grande qualidade do bairro era sua geografia: plano, com grandes ruas, avenidas a se perderem de vista, era quase um grande escampado, com uma casa aqui, outra ali, com muitos terrenos baldios, onde eram criados atalhos pelos os moradores que “cortavam” caminho para passar de uma rua para outra.

Local ideal para fazer caminhada e pedalar. A bicicleta era o principal meio de transporte da comunidade devido o bairro ser uma planície.

Isaber não era diferente, ia para todos lados com sua velha bicicleta. Naquela manhã ela adiantou os fazeres domésticos e às 10:45 pegou sua bicicleta e foi ao banco, inaugurado recentemente no bairro, para pagar a conta de luz.

Chegou ao banco faltavam 05 minutos para principiar o atendimento, estava tudo muito calmo, como era de costume. Quando Isaber estava para ser atendida adentraram três rapazes no banco anunciando assalto, foi um pavor geral e os bandidos foram logo mandando todos ficarem quietos para que o pior não acontecesse.

Como o bairro era pequeno, alguém foi rapidamente à delegacia avisar os policiais sobre o assalto que transcorria no banco e não demorou muito para que o banco estivesse todo cercado e prontamente vieram policiais e viaturas até da cidade.

Os Bandidos: Maluco, a alcunha já dizia tudo sobre ele, “vivia” drogado ou bêbado. Ulisses era o mais experiente e antigo na criminalidade, tinha até já cumprindo pena por latrocínio. Valdir era o mais inocente e de melhor coração, se que um bandido pode ter esse predicado, tinha um jeito até meio afeminado, delicado.

Eles estavam ficando nervosos, chegaram agredir alguns clientes e a moça do caixa, com a pressão da Polícia e aquilo não era nada bom, pois os três estavam armados.

Isaber percebendo que tudo aquilo poderia acabar em uma grande tragédia, principalmente pelo assaltante Maluco que berrava que não tinha medo de morrer, mas que antes mataria um “punhado”, resolveu intervir e com um bom diálogo convenceu Ulisses e Valdir a se entregarem, mas Maluco estava irredutível, dizia a todo momento para Isaber:

- Não se aproximar! Se você chegar mais perto vou “encher” você de “bala”.

Isaber tentava convencê-o da mesma forma que havia ganho a confiança dos outros dois: falando de Jesus, dizendo à ele para pensar em sua família, em sua vida...etc...Mas ele não queria saber, parecia nem ouvir, estava muito drogado para ouvir, raciocinar.

Quando Isaber notou que não teria jeito. Deu pulo tão rápido que quando maluco deu por si já estava levando uma cabeçada, que o deixou completamente tonto, sua arma caiu no chão e Isaber chutou para longe.

Pegou-o pelos colarinhos e jogou no canto e em seguida gritou para os outros dois que assistiam boquiabertos a tudo:

- Vocês dois vão para junto de seu amigo!

Maluco tentou dizer algo para ofender Isaber e logo levou um bofetão na boca que até espirrou sangue para todos os lados.

Por fim, Isaber colocou os três aos pontapés para fora do banco, isso tudo sozinha, pois ninguém moveu um dedinho se quer para ajudá-la, ficaram todos petrificados de medo o tempo todo. Ao sair do banco. O povo começou a gritar:

- Isaber, Isaber...Isaber!!!

Valdir tentou esconder o rosto das câmeras da Impressa e Isaber lhe arrancou com violência a camisa de seu rosto e disse:

- Faz a besteira e depois quer se esconder, seja homem agora!

E Valdir respondeu timidamente:

- Nossa! Você é muito bruta!

O povo ouviu e caiu na gargalhada:

- Quá, quá, quá, quá!!!!

No meio da multidão que se formou em frente ao banco. Havia um rapaz, de uns 35 anos, um pouco mal vestido, pouco asseado, na certa um desempregado do bairro. E uma senhora, de mais ou menos uns 70 anos, vista por todos do bairro como uma senhora destemida, valente, muito religiosa, verdadeira e justa: uma verdadeira soldada de Cristo. Ambos olhavam toda aquela confusão com indiferença, desânimo e pessismismo.

O rapaz, que conhecia Isaber, disse:

- Coitada da Dona Isaber!

A idosa, também conhecida de Isaber, respondeu de bate-pronto:

- Coitada da Isaber nada, coitado de nós!

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