No Mobile World Congress, a discussão sobre qual o futuro da internet móvel é constante. Mas quais rumos tomar? Um painel reunindo os executivos-chefe da Intel, Softbank, Cisco e Yahoo! tentou responder a essas perguntas. E o conteúdo, sem dúvida, está entre as respostas.
Cada companhia representada no painel faz parte de um pedaço da internet móvel: Intel com processadores para tablets e PCs (e promete lançar seu primeiro chip para smartphones ainda este ano), Cisco com infra-estrutura de redes, SoftBank com os problemas e soluções das operadoras e Yahoo! com conteúdo.
Paul Otellini, da Intel, disse que, em um ano, o cenário móvel mudou. "No ano passado, os tablets não estavam aqui. Agora são comuns". Ele acredita que a internet móvel é uma "enorme oportunidade" para toda a indústria de tecnologia (dos semicondutores aos fabricantes de aparelhos, desenvolvedores e operadoras). "São 5 bilhões de aparelhos conectados em todo o mundo, no último trimestre de 2010 os smartphones já passaram os PCs em vendas", afirmou. Para o CEO da Intel, segurança, desempenho com economia de energia e conectividade são os pilares da internet móvel. "Nossa visão é levar uma experiência consistente, sem intermediários, ao consumidor".
Já o executivo-chefe da operadora Softbank, Masayoshi Son, foi mais pragmático em relação ao momento atual das operadoras em todo o mundo: "compartilhamos a mesma realidade deprimente. A receita por usuário está em queda, o tráfego de dados só aumenta, plataformas como Apple e Android tornam as operadoras em 'encanadores tolos'". Para Son, a solução - pelo menos a encontrada pela Softbank - é tornar a empresa em uma companhia voltada a dados.
Segundo o executivo, 100% de seus assinantes usam serviços 3G, a maioria com smartphones, por isso a Softbank investe em serviços online, como TV pela web na China. "A internet móvel é a grande aposta para os próximos 10, 20 anos", disse. Seu pensamento vai de encontro ao de John Chambers, da Cisco, que aposta suas fichas em uma rede inteligente para o futuro, onde 66% do tráfego em 2015 virá de vídeos nas redes móveis. "O efeito móvel afeta e muda os modelos de negócios das companhias", afirmou.
Finalmente, Carol Bartz, CEO do Yahoo, definiu a situação com uma frase: "Nós usamos a internet por causa do conteúdo, que cada vez mais é digital. E depende muito de contexto. Internet de ontem é conteúdo em ambiente confuso e barulhento. A internet de amanhã é personalizável", disse. Ela aproveito o momento para mostrar o Livestand, solução para tablets com conteúdo do portal. "É preciso que alguém organize e faça a curadoria do conteúdo", explicou Bartz.
E fica a pergunta para o futuro: onde vamos parar? Para Otellini, existem novos modelos de negócios emergindo, alguns envolvendo conteúdo pago (citou o Wall Street Journal) e outros envolvendo conteúdo gratuito - movido a anúncios. "Aplicativos são só mais um termo para conteúdo", disse Bartz, do Yahoo!. "Você compra informações, notícias, entretenimento", afirmou a executiva.
Já Son, da operadora Softbank, pensa além no futuro. "Cinco anos é óbvio, vamos falar de mais tempo. Nos últimos 30 anos, memória, poder de processamento e velocidade de conexão aumentaram 1 milhão de vezes. Nos próximos 30, um crescimento exponencial de mais 1 milhão vai ocorrer. O conteúdo - aplicativos, lataformas, mídia social - depende da imaginação, que não tem limites", concluiu.
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