
Acontece muito o insulto, daí haver a necessidade do bloqueio. Mas, por vezes, os amigos começam por ser virtuais e depois saltam para fora da máquina. Tornam-se amigos à moda antiga, sem utilidades à mistura, e até nos esquecemos de que tudo começou numa rede social ou num blog.
No entanto, o conceito de se desligar de alguém no mundo virtual, ou, neste caso, de retirar a alguém um certo estatuto, não é novo. Com o “lincar” nos blogs veio o “deslincar”. E ligar e desligar têm efeitos bem diferentes. Se por um lado a ligação parece agradar muito, o ato de desligar alguém poucas vezes é entendido como um ato de paz e amor.
Ninguém entende no mundo virtual que o problema seja: “Não és tu, sou eu”. Depois de unlink ou "deslincar", nos blogs, temos unfriend no Facebook e unfollow, no Twitter. E agora?
Como vamos traduzir a elegância da palavra unfollow? “Des-seguir” está simplesmente fora de questão. “Inseguir” também. Proponho que recuperemos a mais famosa redundância da língua portuguesa: “deslargar”.
Porque seguir alguém no Twitter é como ouvir alguém que já está largado, pensando em voz alta?
O que é que as redes sociais trouxeram de novo ao modo como as pessoas se relacionam umas com as outras?
Fonte: Bomba Inteligente
