
O Windows certamente foi bom para a Microsoft, e ainda vai gerar muito dinheiro para a companhia em um futuro próximo. Mas não é um negócio de alto crescimento. É o passado, não o futuro. O crescimento real está em outro lugar – em smartphones, por exemplo. E aí, o uso da marca Windows é ruim para a companhia. A consultoria Gartner descobriu que o Windows Phone 7 sofre da síndrome “seu pai usa”: para as pessoas mais jovens, a percepção de que seus pais usam um telefone da Microsoft no trabalho torna-os menos propensos a comprá-lo.
Depender do Windows como seu sistema operacional para tablets também é um atrasado para a Microsoft, porque ela precisa esperar pelo lançamento do Windows 8 para que tablets sérios sejam fabricados. Até lá, o Android, da Google, e o iPad, da Apple, já terão dominado o mercado.
Se for preciso mais evidências para provar que o Windows é o passado, dê uma olhada nos rendimentos trimestrais mais recentes da companhia. A Microsoft teve um período de crescimento, mesmo com as vendas do Windows tendo caído 1% pelo segundo semestre consecutivo. Um ponto bem interessante foram as receitas vindas do console Xbox 360 e do seu acessório Kinect, cujas vendas cresceram 30% em relação ao trimestre anterior.
Apesar de todo o barulho de Ballmer sobre o Windows, a Microsoft claramente reconhece que precisa olhar de modo mais sério para as áreas de alto crescimento e não focar apenas no Windows. No mês passado, o executivo de comunicações corporativa da empresa, Frank Shaw, escreveu sobre como a empresa enxerga o mercado de entretenimento e TV.
Sistema operacional Windows ainda deve gerar muito dinheiro nos próximos anos, mas companhia tomou conhecimento que futuro pode estar no Xbox 360, no Bing e na nuvem.
Em um post intitulado “O Futuro da Sala de Estar”, ele escreveu que “a integração de produtos e serviços como Xbox, Kinect e Bing está no coração de nossa estratégia.” O executivo descreve um mundo em que você esses três elementos para interagir com sua TV e aparelhos de entretenimento usando gestos e controle por voz. O Windows não é mencionado uma única vez no post ou no vídeo que acompanha o texto.
Mais recentemente, a Microsoft lançou uma forte blitz para fazer os consumidores se inscreverem em seu serviço baseado na nuvem Microsoft Dynamics CRM Online, oferecendo 150 dólares por cabeça para quem mudasse de empresas rivais como Oracle, Salesforce.com e SAP. E a Microsoft reconhece a importância da nuvem: em um post anunciando esse plano, a fabricante do Windows citou uma previsão da consultoria Forrester Research de que o mercado global de computação na nuvem crescerá de US$ 40,7 bilhões em 2011 para mais de US$ 241 bilhões em 2020.
Isso tudo significa que a Microsoft está abandonando o Windows? Certamente não. Existem bilhões de dólares a serem feitos com o sistema ainda, e a Microsoft não deixará isso de lado. Mas a companhia finalmente parece estar reconhecendo, ainda que lentamente, que é um erro manter o Windows como seu produto principal. Ela pode finalmente estar se libertando do Windows e isso é algo bom para qualquer um que se importa com o futuro da companhia.
Fonte: IDG Now!