Em biografia lançada este mês, Bill Gates Sr. revela detalhes da infância de seu filho, o fundador da Microsoft, também conhecido como Trey, seu apelido entre a família.Em 7 de junho de 2007, Bill Gates Jr., US$ 56 bilhões e 32 anos depois, fundador do império Microsoft, discursaria em sua cerimônia de formatura em Harvard. “Pai, eu sempre disse que voltaria para pegar o meu diploma”, disse Trey, apelido que ganhou dos avós amantes de jogos de cartas (esse é o nome da carta Três, em inglês). Essa é uma das histórias que Bill Gates Sr., o pai, hoje com 84 anos, conta em sua autobiografia, recém-lançada no Brasil. Em Desperte para a Vida — Reflexões sobre as Bênçãos de Existir ( Editora Record, R$ 24,90), ele dá lições com um tom de autoajuda tipicamente americana, como "trabalhe duro” ou “crie oportunidades”. Aqui, uma entrevista exclusiva, em que ele conta como criou um gênio dos negócios e da tecnologia.
* Você já deve estar acostumado com a pergunta mas, afinal, qual é o segredo para se criar um gênio?
Gates: Esse é realmente um segredo tão secreto que nem eu mesmo sei... Mas acredito que existam algumas coisas que ajudam uma criança a amadurecer, incluindo amor, atenção e respeito. Minha pesquisa recente me convenceu de que o aprendizado na primeira infância é vital para o desenvolvimento. Uma maneira de incentivar isso é ler para as crianças, até mesmo antes que elas aprendam a falar. Na nossa família, as crianças tiveram a sorte de ter avós que adoravam ler e dramatizar histórias para elas. E Trey disse recentemente em uma entrevista que uma das melhores coisas que sua mãe e eu fizemos por ele foi levar os seus sonhos a sério. Nós nunca, nunca o desencorajamos.
* Quando foi que vocês perceberam que Bill Gates era especialmente inteligente?
Gates: Desde muito cedo sabíamos que ele era extraordinariamente curioso — não sobre algumas coisas, mas sobre tudo ao seu redor. Mas nós não presumimos que isso era um sinal de genialidade. O que houve, isso sim, foi um momento em que nos questionamos sobre seu nível de inteligência. Foi quando ele nos contou que estava abandonando Harvard para ir atrás de um negócio que chamava de software. Era uma coisa que, naquela época, ninguém conhecia. Era um mistério para mim.
* Ele foi criado diferentemente de outras crianças? Estudou em escolas especiais ou coisas do gênero?
Gates: Ele sempre frequentou boas escolas, mas nunca escolas especiais. Não diria que criamos nossos filhos de nenhuma maneira peculiar. Na verdade, nós parecíamos muito com os vizinhos.* De que ele brincava?
Gates: Jogos eram uma parte importante da nossa vida em família. Todo tipo de jogos, como de cartas, esportes competitivos, jogos de tabuleiro. Nós tínhamos os mesmos brinquedos que a maioria das famílias tem. Contudo, uma das primeiras coisas pelas quais ele mostrou um grande interesse foram os livros. Ele adorava quando líamos para ele e, mais tarde, adorava ler ele mesmo. Ele ainda tem esse hábito, só que agora seus livros de cabeceira são um material muito pesado sobre saúde, economia, educação e pesquisas médicas.
* Você ou sua esposa entendiam alguma coisa de tecnologia?
Gates: Mary, minhas filhas e eu entendíamos muito pouco. Hoje em dia eu já uso computadores o tempo todo — mas tenho a sorte de estar sempre perto de alguém que me ajude caso aconteça algum pau no sistema.
* Que computador vocês têm? Algum Apple?
Gates: Nada de Macs. Somente PCs, e um monte deles (risos).
* Você, como pai, deve conhecer os defeitos de Trey. Pode nos contar alguns deles?
Gates: Ele pode ser impaciente e argumentativo, mas posso dizer que, normalmente, é por coisas sobre as quais ele deveria estar impaciente mesmo, como desigualdades no sistema de saúde. Ele é apaixonado por seu trabalho e pela fundação [The Bill & Melinda Gates Foundation] e vai retrucar se for provocado nessas áreas. E mais uma coisa: ele ainda lê na mesa de jantar de tempos em tempos — e eu ainda acho isso um hábito nada cortês [N. do R.: em seu livro, ele conta que repreendia o pequeno Bill por esse costume].
Fonte: Revista Galileu
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
"Como criei um gênio"


Pai, vou abandonar a faculdade para desenvolver um software.” Bill Gates Sr., o pai, empalideceu quando ouviu a notícia de que seu filho, então com 19 anos, deixaria o curso de matemática em Harvard, Estados Unidos, no ano de 1975, para ir atrás de algo que ele nunca tinha ouvido falar. O plano não parecia inteligente, mas o pai seguiu sua regra de ouro de nunca desencorajar os filhos de seguirem seus projetos pessoais. Disse que fosse atrás do tal software e o garoto prometeu que um dia voltaria à renomada universidade para terminar o curso.
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