Quem tem mais de 30 anos deve se lembrar do clássico comercial do Banco Bamerindus que dizia assim: “O tempo passa, o tempo voa, e a poupança Bamerindus continua numa boa”. Esse é um daqueles comerciais que nunca vamos esquecer apesar do banco não existir mais. Como a própria história do banco conta, nem tudo continua numa boa ao longo do tempo.
O tempo e o mercado costumam ser implacáveis com as empresas. Nessa hora pego para Cristo o Google, alguns acontecimentos recentes e outros não tão recentes assim.
O Google deixou escapar na mídia a sua intenção de criação de um novo produto chamado Google Offers para competir no mercado mais quente do momento, as compras coletivas. A novidade veio após a tentativa do Google de comprar o Groupon, maior empresa desse segmento, por US$ 6 bilhões. O Groupon recusou a oferta e vai tentar um IPO na casa dos US$ 15 bilhões.
O fato mais relevante nessa história, não foi a recusa da oferta, nem o IPO, nem tão pouco o tamanho que o segmento de compras coletivas está tomando. Mas sim o fato de que o Google está deixando de ser uma empresa que as outras empresas seguem e copiam, característica de empresas inovadoras e líderes, para ser, ela própria, uma empresa que segue o caminho de outras empresas. Em certos segmentos, o Google já não é mais quem abre o caminho mata a dentro, e sim quem apenas segue o líder desbravador.
E a história recente do Google trás alguns capítulos interessantes. Mesmo quando o Google tentou inovar drasticamente, ele falhou miseravelmente. Vide Google Wave, Google Buzz e Google Notebook. O Google hoje vive de seus antigos sucessos arrebatadores como o AdSense/AdWords e Gmail.
Estaria o Google sentado no trono dos seus sucessos anteriores tentando (e desistindo de) inovar drasticamente, deixando seu papel de líder inovador e passando a seguidor das tendências bem sucedidas do mercado?
Parece que sim. A sorte do Google é que seu produto principal, o AdWords/AdSense parece ser inabalável, o que lhe garante um belo colchão bem gordo para fazer o que quiser, como inovar drasticamente sem se preocupar com o sucesso ou entrar em mercado de sucesso que nunca fizeram parte do seu portifólio.
A mudança do CEO da empresa, foi anunciado que Eric Schmidt será substituído por Larry Page, co-fundador da empresa, como CEO. Só para contextualizar, 10 anos atrás Larry e Sergey Brin, ambos então com 27 anos, dividiam a presidência da empresa quando foram substituídos por Eric, então um experiente gestor de 45 anos.
Era o que o Google precisava, de alguém experiente para fazer acontecer o que estava na mente jovem de dois rapazes incríveis. Eric conseguiu com maestria conduzir a empresa durante um período de forte crescimento que costuma ser muito doloroso para empresas menos preparadas.
Mas agora, com a volta de Larry como CEO, o Google parece querer resgatar seu mojo de startup, tentando resgatar aquela mentalidade empreendedora jovem, talvez com o objetivo de tentar transformar Larry Page no “Steve Jobs” do Google.
Isso sem perder a sua capacidade de gestão, já que Eric continua na empresa como Executive Chairman. Se Larry não tivesse continuado na empresa após ser presidente, até arriscaria dizer que o Google estaria tentando escrever a mesma história da Apple com a volta do Steve Jobs, mas isso é outro papo.
O que me chama a atenção nesse contexto todo é a mudança de mind set do Google, de achar que é tão poderoso que não possa falhar por completo – Too big to fail -, de que passar de seguido à seguidor é irrelevante para a manutenção do seu sucesso e de que pode facilmente resgatar seu jovem espirito original e se reencontrar com seu passado. Posso estar enganado, mas essa mudança parece ser o início do fim do Google como nós o conhecemos.
Talvez o tempo esteja passando para o Google e as coisas deixando de continuar numa boa.
Fonte: Blogs/Negócios - TechTudo
O Google deixou escapar na mídia a sua intenção de criação de um novo produto chamado Google Offers para competir no mercado mais quente do momento, as compras coletivas. A novidade veio após a tentativa do Google de comprar o Groupon, maior empresa desse segmento, por US$ 6 bilhões. O Groupon recusou a oferta e vai tentar um IPO na casa dos US$ 15 bilhões.
O fato mais relevante nessa história, não foi a recusa da oferta, nem o IPO, nem tão pouco o tamanho que o segmento de compras coletivas está tomando. Mas sim o fato de que o Google está deixando de ser uma empresa que as outras empresas seguem e copiam, característica de empresas inovadoras e líderes, para ser, ela própria, uma empresa que segue o caminho de outras empresas. Em certos segmentos, o Google já não é mais quem abre o caminho mata a dentro, e sim quem apenas segue o líder desbravador.
E a história recente do Google trás alguns capítulos interessantes. Mesmo quando o Google tentou inovar drasticamente, ele falhou miseravelmente. Vide Google Wave, Google Buzz e Google Notebook. O Google hoje vive de seus antigos sucessos arrebatadores como o AdSense/AdWords e Gmail.
Estaria o Google sentado no trono dos seus sucessos anteriores tentando (e desistindo de) inovar drasticamente, deixando seu papel de líder inovador e passando a seguidor das tendências bem sucedidas do mercado?
Parece que sim. A sorte do Google é que seu produto principal, o AdWords/AdSense parece ser inabalável, o que lhe garante um belo colchão bem gordo para fazer o que quiser, como inovar drasticamente sem se preocupar com o sucesso ou entrar em mercado de sucesso que nunca fizeram parte do seu portifólio.
A mudança do CEO da empresa, foi anunciado que Eric Schmidt será substituído por Larry Page, co-fundador da empresa, como CEO. Só para contextualizar, 10 anos atrás Larry e Sergey Brin, ambos então com 27 anos, dividiam a presidência da empresa quando foram substituídos por Eric, então um experiente gestor de 45 anos.
Era o que o Google precisava, de alguém experiente para fazer acontecer o que estava na mente jovem de dois rapazes incríveis. Eric conseguiu com maestria conduzir a empresa durante um período de forte crescimento que costuma ser muito doloroso para empresas menos preparadas.
Mas agora, com a volta de Larry como CEO, o Google parece querer resgatar seu mojo de startup, tentando resgatar aquela mentalidade empreendedora jovem, talvez com o objetivo de tentar transformar Larry Page no “Steve Jobs” do Google.
Isso sem perder a sua capacidade de gestão, já que Eric continua na empresa como Executive Chairman. Se Larry não tivesse continuado na empresa após ser presidente, até arriscaria dizer que o Google estaria tentando escrever a mesma história da Apple com a volta do Steve Jobs, mas isso é outro papo.
O que me chama a atenção nesse contexto todo é a mudança de mind set do Google, de achar que é tão poderoso que não possa falhar por completo – Too big to fail -, de que passar de seguido à seguidor é irrelevante para a manutenção do seu sucesso e de que pode facilmente resgatar seu jovem espirito original e se reencontrar com seu passado. Posso estar enganado, mas essa mudança parece ser o início do fim do Google como nós o conhecemos.
Talvez o tempo esteja passando para o Google e as coisas deixando de continuar numa boa.
Fonte: Blogs/Negócios - TechTudo
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