O último romance do escritor português José Saramago, Nobel de literatura em 1998, falecido aos 87 anos em 18/06/2010, “Caim”, tomou carona no sucesso do polêmico “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”. À semelhança deste, Saramago em “Caim” não é nada complacente com Deus.

Destilando o sarcasmo que tempera sua escrita, o autor faz questão de apontar na obra a inconsistência moral da divindade judaica que serviu de base para o Deus criado à imagem e semelhança do das maiores religiões monoteístas: judaísmo, islamismo e cristianismo.
Lançado em 2009, o livro já coleciona uma série de protestos dos religiosos, especialmente os vindos das fileiras católicas, descontentes com aquilo que, em cada página, chamam de blasfêmia. Na prática, configura excelente propaganda para o escritor, e, muito merecida por sinal.
Em “Caim”, Saramago não conta com a novidade da sua perspectiva sobre Deus, como em “Evangelho segundo Jesus Cristo”, mas consegue, numa obra mais sucinta, condensar o seu argumento: desmitificar a tão propalada “perfeição do Senhor”. E isso é feito do modo mais natural, por assim dizer.
Explico: O autor de “Caim”, a fim de evidenciar os desvios de caráter de Deus, não faz mais do que recontar algumas passagens bíblicas que põem em relevo a duvidosa moralidade da divindade cristã.
Como é óbvio, tudo isso é feito por meio dos recursos estilísticos que fazem do livro obra fundamental para quem pretende repensar seus dogmas em grande estilo. As hipérboles, as comparações e as metáforas de Saramago certamente não fazem parte da Bíblia, elas realçam apenas o argumento do autor.
O livro conta a história do primeiro assassinato. Caim mata seu irmão Abel. Deus visita Caim para puni-lo. Este, porém, argumenta alegando o descuido Divino com sua criação. Deus, num lapso de autoconsciência, ao de matar Caim, condena-o a vida errante pelo mundo guardando-o da morte.
Caim então passa, por uma inexplicável circunstância, a viajar no tempo visitando consagradas cenas bíblicas que vão desde o sacrifício de Isaac até o dilúvio.
Relatos que, mesmo quando lidos na própria Bíblia, deixam Deus em maus lençóis, exceto, é claro, para os que ensaiam sua própria cegueira. Se você ainda não leu Saramago, “é uma ótima oportunidade de conhecê-lo”

Destilando o sarcasmo que tempera sua escrita, o autor faz questão de apontar na obra a inconsistência moral da divindade judaica que serviu de base para o Deus criado à imagem e semelhança do das maiores religiões monoteístas: judaísmo, islamismo e cristianismo.
Lançado em 2009, o livro já coleciona uma série de protestos dos religiosos, especialmente os vindos das fileiras católicas, descontentes com aquilo que, em cada página, chamam de blasfêmia. Na prática, configura excelente propaganda para o escritor, e, muito merecida por sinal.
Em “Caim”, Saramago não conta com a novidade da sua perspectiva sobre Deus, como em “Evangelho segundo Jesus Cristo”, mas consegue, numa obra mais sucinta, condensar o seu argumento: desmitificar a tão propalada “perfeição do Senhor”. E isso é feito do modo mais natural, por assim dizer.
Explico: O autor de “Caim”, a fim de evidenciar os desvios de caráter de Deus, não faz mais do que recontar algumas passagens bíblicas que põem em relevo a duvidosa moralidade da divindade cristã.
Como é óbvio, tudo isso é feito por meio dos recursos estilísticos que fazem do livro obra fundamental para quem pretende repensar seus dogmas em grande estilo. As hipérboles, as comparações e as metáforas de Saramago certamente não fazem parte da Bíblia, elas realçam apenas o argumento do autor.
O livro conta a história do primeiro assassinato. Caim mata seu irmão Abel. Deus visita Caim para puni-lo. Este, porém, argumenta alegando o descuido Divino com sua criação. Deus, num lapso de autoconsciência, ao de matar Caim, condena-o a vida errante pelo mundo guardando-o da morte.
Caim então passa, por uma inexplicável circunstância, a viajar no tempo visitando consagradas cenas bíblicas que vão desde o sacrifício de Isaac até o dilúvio.
Relatos que, mesmo quando lidos na própria Bíblia, deixam Deus em maus lençóis, exceto, é claro, para os que ensaiam sua própria cegueira. Se você ainda não leu Saramago, “é uma ótima oportunidade de conhecê-lo”
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